sexta-feira, 23 de abril de 2010

o que não se diz
por desperdício
de viço
vira poesia


vira poesia
o que se cala
quando não
se ala

vira poesia
a fala
atravessada
a fala
oculta
obscura
sem censura


vira poesia
a crítica
cítrica
e estrábica


vira poesia
o abraço
aninhado
do menino
contido
detido
sonolento

conversa
sem verso
fica suspensa
não se sustenta
nem na terra
muito menos no ar
nem no fogo
nem na água


conversa técnica
impessoal
onde a tônica
é a diferença
que precisa
ser extinguida...


posição:
co-ordenar
a dor


composição:
de cor
em ordem
com a dor
conversa
que não circula
conversa
sem verso
poético
prosa
sem rosa
prosa rasa
sem asa


sua verdade
descombina
com a minha
que é ex-
concubina
da sua

minha fala
risca o medo
do dicionário
do ser


quer a cura
em vez da
doença
quer a arte
em vez
da má sorte
quer a bicicleta
ao invés
da indireta

quer andar
não só
em linha
reta
quero desinventar
que chorar
é fraqueza
pois choro
é chuva
sorriso
é sol
e a vida
é ciclo
de agua e
luz

um ser profissional
não pode chorar
enquanto se emociona


precisa esconder
sua tristeza
que é sua porque
também é do outro
equipe
ou
coletivo

com gripe
ou
com rolê ativo

quero roda
mesa redonda
bate-papo
que vai e volta
sem meias-verdades


verdades inteiras
de cada um
sem julgamento
sem imposição

troca de
energias

com as singularidades
em harmonia
equipe
precisa
de equipamento
pra ter alimento

coletivo
precisa
de colo ativo
rotativo
borboletivo
monólogo
disfarçado
de diálogo

espelho
que não
se olha

projeção
de olhar
estrábico
fóbico
estático
gosto da não palavra
dita pela lingua calada
de silêncio
que tem cio


ouvir sem nada
dizer
sem defesa
sem ataque


palavras
pra serem usadas
pra serem aladas


se calo
ou se falo

não me respaldo
em técnicas
nem em teorias

gosto de ser
a revelia
me esbaldo
em poesia
em alegria
em liberdade

EM MEMÓRIA ou PARA RANODI

morte em meio
ao temporal
medo, fé

despedida
de vida
cansada de sofrer
quantas alegrias
em meio a angústia do ser?

na morte
a dor é finda
além do corpo, da dor
-o vazio-
finita matéria
que deteriora
com as horas


para onde
vai a essência?
aquilo que não se fita
aquilo que está além
da foto
síntese da vida

quinta-feira, 22 de abril de 2010

insonia

lua crescendo
dentro do peito
tambor ritmado
de alegria
certeza viva
da arte
da cura
e do amor


sono que
cede lugar
pra vigilia
acôrdo
com a cor
da noite
estrelada

lua crescendo
se enchendo
alterando
emoções
clareando
gerando
fecundando
vida plena
de luz

terça-feira, 20 de abril de 2010

cuidado que
funde
confunde
com medo

limitar
o outro
minar
possibilidade
de ser livre
alegre

não posso
fazer parte
do esquema
que poda
faz bonsai
de gente
e fica
doente

pulsa
na frequencia
do medo
desencontros
desencantos
chegam de me
rodear

dez encontros
dez encantos
venham me
saborear
a solidão
que agora
pesa
me deixa
presa

quando
amar
se torna
distante
feito
o mar
no horizonte
sem fim

vontade
de contato
pleno
paixão fecunda
amor em botão


encontro de
almas nuas
presença quente
cheiro de mel

bocas sedentas
corpos em chamas
gozo pleno
silêncio em grito


quando o amor
vai me presentear?
por minha porta
entrar?


estou aberta
estou alerta



e inteira nua
um colar
de pedra
estrela
pra alar
minha espera

as vezes
quase
me desespera

solidão
cansada
de si

companhia
pra sorrir
nutrir
florir

parceria
pra prosseguir
encantar
expandir

onde estará
o meu amor?
além do que
há dentro de mim?

quero sair do
meu umbigo
encontrar abrigo
num ombro
e corpo todo
amigo

quero despir
meu manto
de solidão
deixar cair meu
sentimento
pelo chão
fundir-me
no outro
sem confusão
sono que se vai
pensamento
que me detem
a espera
de alguém

segunda-feira, 19 de abril de 2010

finda semana

sábado a noite
num sítio
de céu estrelado
repleto de brilho
entre um bom papo
degusto um licor
de jenipapo
de sabor
exótico

sono que chega
sereno
descanso
de repouso
rural

e no domingo
entre flores
frutas
e calor
um bom banho
de cachoeira
pra encarar
a segunda-feira!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

contradição
com tradição

quinta-feira, 1 de abril de 2010

lua cheia
da estrela
atraindo
o proposito
da arte


lançamento
de livro
livre


palavras
soltas
pra livrar
do abismo
do cismo
consigo





comigo
com meu
umbigo
costumo
abrigo
costumo
afago







e os gatos
a dormirem
no tapete
voador









e o vento
de outono
e o ventre




ventre
semente
de
vivente









alinhar
aliar
a linha
e a brisa

borago

borago

Seguidores

Arquivo do blog