quinta-feira, 29 de outubro de 2015

mais uma semente
de amor e amizade
que se vai sem florescer
nem frutos oferecer


será que o solo
estava anêmico
faltou mais energia
anímica
mais sol
mais água
mais terra
mais algum
adubo fértil


amor é como
uma planta
que quando cuidada
regada
irrigada
dá o seu máximo

as plantas um dia
morrem
secam
e voltam pro solo
e transformam-se
em húmus


quero então
aprender com este
fim de ciclo
a arte
de me amar
e ser humilde
deixar todo sentimento
vão que vem
e me nutrir
das coisas
boas e importantes
que estão ao meu lado
esperando minha ação


vou voltar prá terra
é dela que toda fonte
primordial e vital
renasce


como sou grata
por morar numa casa
com quintal
e dentro da maior
cidade com
floresta em
si

terça-feira, 20 de outubro de 2015

o poema
precisa da
dor
assim como
dos pássaros
das flores
dos amores
e desamores


extravasa
o que poderia
virar doença
descrença
desavença

poema
surge
de onde
as ondas
da razão
se encontram
com a da emoção
e num vai e vem
levam e trazem
novas águas


deixar ir embora
o que não aflora
não floresce
mesmo que doa
doar-se ao presente
como se apresenta
sem disfarce
sem engano
e manter o plano
de ser plena
radiante
e amar
sendo feliz
sempre que
possível
bem-me-quero
e não preciso despetalar
a flor
prá saber
se alguém bem ou mal
me quer


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

fim do que nem sei como se diria
mas queria dizer o indizível desses momentos
onde tudo parece em suspenso
quando finda aquilo que parecia ou era amor


queria ultrapassar seus limites
suas mesmices cansadas
da pretensa garantia
da presença do outro num laço constante

e, no mais breve instante
tudo ficando yinconstante
e ansiando uma distância

mas ainda assim quero do amor
aquilo que insiste
em investir
querer conhecer, desvendar
e adentrar em novos caminhos
e mesmo que de mãos não dadas
prosseguir tecendo uma forma inaugurada
de união, conexão, comunhão

de maneiras variadas
tentamos tecer juntos
num pacto silencioso
envolvermo-nus
experimentarmo-nos sem definições

e por mim
ainda prosseguiria assim
por nós
e pelo amor
que insisto
invisto
e persisto
em aprender
a ser


é estranho ver tudo se desfazendo
em sentimentos confusos
sem fusão
talvez seja este o melhor caminho
deixar que o tempo
se encarregue de carregar
o que não serve
que não floresce
apenas se esvanece
como se fosse frágil
como se fosse pluma
como se fosse vento
mudando as coisas do lugar-comum






borago

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