quarta-feira, 6 de julho de 2011

dia do espírito livre ou o adeus ao meu pai...

notícia súbita
de morte entremeada
pela noite
e pelo dia


fatalidade
inesperada
de morte
natural

impacto
da notícia
paralizando
a minha face
meu sentir
meu quem eu sou...


choro e dor
mesclados
de incredulidade
tristeza e medo
chegando aos
poucos
até desatar
nos nós
ruptura
corporal


apego
que pega
fundo
no
profundo
de meu
ser



dor e choro
num crescendo
desesperado


suspensão de tudo




vazio


oco


amor apegado
se desfazendo
forçosamente



amigos que chegam
no momento
pleno de amparo


presença silente
que sente
em sintonia

trocas de energias


cada um
lavando suas dores
profundezas
ocultas
na tristeza
do espanto
da morte



dia frio






consolo
no solo
no rio
mesmo
em prantos
pássaros que
voam
pra significar
o vivido:

morte que é
asas do espírito
barco que passa
com seu motor
fazendo as águas
ondularem
e mostrarem
o fluxo contínuo
do ciclo
de vir e ir



cachorro amigo
que se aproxima
lealmente
em busca
de um afago
e que acalma
um pouco da dor





pedras que fortalecem
águas que transparecem
acalmam por instantes
limpam a dor
da tristeza


amigos que chegam
com delicadeza e
mesmo os recentes
e mesmo silentes
com sua compaixão
acalantam a dor
da aparente
separação


despedida
abrupta
lenta
triste
e ao
mesmo
tempo
consoladora


com
solo
de
sol



que honra
ter sido
filha
de um
pai
musical
com
tom
e dom
angelical!






borago

borago

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