quando o santo não bate
mantenha distância
forma de evitar confusão
e sentimentalismo em vão
"mão fria
coração quente"
e
pé gelado
coração pelando?
domingo, 28 de julho de 2013
quando a gente expressa e libera a tristeza seja chorando, falando, escrevendo, pirando no dia seguinte, a alegria chega como se fosse inédita...
sábado, 27 de julho de 2013
tudo la fora
em movimento
aglomerado de gente
manifestantes
peregrinos
na cidade
maravilhosa
efervescente
e quanto
mais agito
lá fora
mais me
recolho
aqui dentro
como uma
monja
ou eremita
não sei
que sina
de ser só
se apodera
de mim
talvez o
período
que antecede
meu ciclo
de corpo
de mulher
ou talvez
quem sabe
apenas
essa natureza
reclusa
embora
também
goste de
convívio
alegre
musical
poético
uma fase
uma face
não sei
mas algo
em mim
se inquieta
nesse silêncio
carente
como se
estar isolada
em meu casulo
fosse algo
até patológico
uma dificuldade
de criar laços
nesse meu novo habitat
da grande cidade
protegida na solidão
na companhia dos felinos
minha vida
parece em descompasso
com o movimento
de fora
preparo o chá
e a sopa
na noite fria
e me sento
em frente ao
computador
pra espantar
tanta solidão
mas é mera
ilusão
da era
virtual
hoje nem
botei os pés
na rua
também
nem fui
olhar a lua
no inverno
tudo fica
mais grave
mais pesado
e demorado
porque no frio
estar desacompanhado
sugere uma tristeza
uma falta de habilidade
pro contato
e embora
conheça e
exercite
a solitude
quero tomar
uma atitude
e pôr fim
a essa prisão
domiciliar
que me meti
que na manhã
seguinte
todo esse peso
taciturno
dessa noite
fria
possa
se desvanecer
com o sol
a brisa do mar
e a minha força
de vontade
de amar
quinta-feira, 25 de julho de 2013
faz frio lá fora
ao meu lado
na rua,
muita pessoas
se movimentam
em busca de não
sei o quê
caminham de mãos
dadas pra verem o papa
outras manifestam
pela corrupção
violência
o sumiço do
Amarildo
helicópteros
sobrevoam
o tempo todo
a fim de manter
a ordem
o controle
da cidade
vigiada
o mar hoje estava
agitado
com suas ondas
brancas e frias
indo e vindo
com força ou fúria
aqui diante desta tela
me protejo
me revelo
escancaro a solidão
e mesmo me
amando
e gostando de
ficar em minha
própria companhia
no fundo
o que queria
mesmo
era alguém
pra me aninhar
trocar carinhos
afetos
pra esquentar
do frio
esse coração
cansado
de estar só
sexta-feira, 19 de julho de 2013
uma pessoa
que vive
solitária
mesmo que
tenha seus
bichanos
ainda assim
fica com
alguns
TOCs
ah, se
essa "psicopatolgia
da vida cotidiana"
na solidão
os costumes
vão se fixando
hábitos que se
repetem
e repetem
tanta internet
me reflete
inerte
diante da
tela
a mercê
do que nem sei
mas é na solidão
que ouço apenas
o que quero
como o som
suave da chuva que
cai agora sobre
o telhado
e delicadamente
rega as plantas
ouço os discos
que quero
repito horas
a mesma canção
as vezes por dias
o mesmo cd
viver só
é um prazer
secreto
de poder
ser total
com toda
a multiplicidade
de ser
mas é contraditório
porque ser e estar só
no fundo
acaba cansando...