sábado, 27 de julho de 2013

tudo la fora
em movimento
aglomerado de gente
manifestantes
peregrinos
na cidade
maravilhosa
efervescente
e quanto
mais agito
lá fora
mais me
recolho
aqui dentro
como uma
monja
ou eremita
não sei
que sina
de ser só
se apodera
de mim
talvez o
período
que antecede
meu ciclo
de corpo
de mulher
ou talvez
quem sabe
apenas
essa natureza
reclusa
embora
também
goste de
convívio
alegre
musical
poético

uma fase
uma face
não sei
mas algo
em mim
se inquieta
nesse silêncio
carente
como se
estar isolada
em meu casulo
fosse algo
até patológico
uma dificuldade
de criar laços
nesse meu novo habitat
da grande cidade

protegida na solidão
na companhia dos felinos
minha vida
parece em descompasso
com o movimento
de fora


preparo o chá
e a sopa
na noite fria
e me sento
em frente ao
computador
pra espantar
tanta solidão
mas é mera
ilusão
da era
virtual

hoje nem
botei os pés
na rua
também
nem fui
olhar a lua


no inverno
tudo fica
mais grave
mais pesado
e demorado
porque no frio
estar desacompanhado
sugere uma tristeza
uma falta de habilidade
pro contato


e embora
conheça e
exercite
a solitude
quero tomar
uma atitude
e pôr fim
a essa prisão
domiciliar
que me meti



que na manhã
seguinte
todo esse peso
taciturno
dessa noite
fria
possa
se desvanecer
com o sol
a brisa do mar
e a minha força
de vontade
de amar







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