segunda-feira, 17 de maio de 2010

como acaba
o que nem começa
como choro
que não desagua
porque o oco
da garganta
cala
quer colo
a voz
que não
diz

quer afago
quer abraço
mas não tem
não pode
o abraço
distante
que se ocupa
de outros
braços


contato
sem tato
desfeito
antes
de abrir
o peito


sensação
de suspensão
de mente
que vagou
em vão
no meio
de nova ilusão


e o frio
deixa tudo
ainda mais
denso

sem flor


casulo
pra proteção
cuidando
pra não
ser couraça
por pirraça
por desgraça

onde a alegria
nunca acaba?
onde e quando
o amor
ocupa seu lugar
de sempre?

a finitude
do que se desfaz
como gaz
onde jaz?


é só dentro
da gente
que pode
e deve caber
amor?

me fecho
me abro
me desabo
me abro
me acabo
me começo
me contenho


o outro
que em mim
quase aninha
em breve
se desalinha
o eu
que no outro
quase se revela
se desvela
se esguela
precisa
se retirar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

borago

borago

Seguidores

Arquivo do blog